Konnichiwa! Quando escrevemos uma história, nem sempre somos
capazes de prever qual será o alcance dela. Por muitas vezes pode fica entre um
grupo de amigos, talvez vire uma grande publicação, ou pode se tornar algo
ainda maior. Principalmente para quem é RPGista e fica feliz em transcrever
suas aventuras – tão mágicas em suas memórias – para o papel. Foi o que Ryo
Mizuno fez um dia, e deu origem à animação que um dia figuraria entre os mais clássicos
da história. Hora de embarcar em uma viagem ao mundo da magia e conhecer Record
of Lodoss War!
Rola o D20 aí!
Você que está lendo isso aqui é um Role Player, não pode
deixar de forma alguma de prestigiar as aventuras de Parn, o cavaleiro livre
que, em companhia dos seus amigos, vai à caça dos dragões para evitar que o
cetro da dominação caia em mãos erradas. Jogadores veteranos de Duingeons And
Dragons reconhecerão fácil esses elementos clichês de narrativas de aventuras
de fantasia medieval, mesmo porque foi baseado em D&D que surgiu todo esse
universo. Publicado pelo grupo SNE como um replay de D&D, seu sucesso foi
tamanho que, a partir de 1988. Ryo Mizuno decidiu romancear a história.
Vocês por enquanto NÃO Estão em uma taverna...
Na verdade, estamos em uma cidade em Lodoss que é cercada
por mercenários que vieram cobrar impostos indevidamente. Sendo atacados pelo
feiticeiro que governa a cidade, este é pego em uma emboscada, e é nesse
momento que surgem Parn, o cavaleiro livre, e sua companheira, a elfa da luz
Deedlith. Desfeita a confusão, entra em cena Slayn, mago responsável pela
guarda da cidade que oferece a Parn a missão de matar os dragões guardiões do
tesouro do governador e impedir que esses mesmos tesouros caiam nas mãos de
Ashram, o cavaleiro negro. Entre eles está o cetro da dominação, capaz de
controlar cada criatura viva. Para impedir esse desastre, o cavaleiro, junto
com a elfa, o mago e dois dos ladrões mercenários além do feiticeiro da cidade
partem em uma aventura para caçar as terríveis criaturas a fim de não permitir que
o cetro caia nas mãos do mal.
...De repente vocês avistam um traço bem rebuscado...
Sabe aquele estilo década de oitenta e noventa de se
desenhar animes? Esse saudosismo e ar de nostalgia bateu forte quando comecei a
assistir os primeiros episódios, e para ser sincero a arte me lembrou um pouco
o estilo de Shurato. Obviamente que a mim – que sou velho – não teve incomodo
nenhum. Aliás eu prefiro assim do que a dieta que personagens de anime são
submetidos hoje me dia para ficarem tão magros. Já para a nova geração e/ou a
galera mais xiita, o visual de Lodoss pode causar estranheza.
Agora vocês estão prestes a embarcar numa fascinante história...
Talvez a sinopse acima possa parecer clichê, previsível, etc
e etc. Mesmo assim a forma como é contada e o desenvolvimento dos
acontecimentos, embora feito de forma bem simples é capaz de prender a atenção
do público e causar surpresa em muita gente. E não só a história, mas a
construção dos personagens também é muito bem feita. Como em uma boa sessão de
RPG, cada personagem tem suas características marcantes, motivações definidas e
personalidades distintas. Não é difícil já nos três primeiros episódios se ver
apegado a este ou aquele membro da equipe e torcer por este ou aquele
acontecimento.
...Mas antes, pausa para a segunda parte do show!
E como um quebrador de ritmo, ao final de cada episódio nós
temos A Ilha de Lodoss, que basicamente são 2 minutos de comédia com os
personagens da série em versões Chibi e com piadas que, muito provavelmente, só
japonês que consegue entender. Mas ainda assim vale a pena acompanhar pelo non-sense
e pela carga de fofura. ROLW não é nem de longe algo que possa ser chamado de
violento, sequer tem aquela ação frenética tão costumeira em obras de hoje em
dia. Mas um pouco de graça nunca fez mal a ninguém, não é mesmo?
Estão prontos para a missão? Rola o D de novo aí!
Precisamos levar em consideração algo muito importante sobre
o anime: ele é declaradamente de um estilo da década de 90 (sua produção data
de 1 de abril de 1998), então é necessário relevar a forma como a narrativa se
desenrola bem como o traço do anime. Mas nenhum dos dois são deméritos nem
fator impeditivo para curtir Record of Lodoss War. Essa é uma daquelas obras
atemporais que você pode assistir tranquilo pois mesmo. E se você é um bravo
aventureiro pelas terras imaginárias de D&D, conseguirá aproveitar mais
ainda o que o anime traz de bom! Mas goste você ou não de RPG, esta é uma série
imperdível! Recomendado!
Sayonara!