Salve esfera azul! Hoje é dia de indicação e para isso, estou eu aqui para falar de um anime que, de certa forma, me remete ao tempo dos velhos animes feitos realmente pra garotos, e, por favor, não me entendam como machista sexista ou coisas do gênero. No decorrer desse texto explico melhor. Sem mais rodeios, vamos para Mushibugyou (ムシブギョ).
Bom, vamos aos detalhes: estamos na era Edo, mais ou menos no ano de 1700, e vemos nosso protagonista Jinbei Tsukishima rumo à cidade de Edo (sim, a cidade que hoje é a atual Tóquio tem nome homônimo à era) para assumir o lugar de seu pai, impossibilitado de andar após assumir a responsabilidade pela tentativa fracassada de resistência ao ataque da caravana por um inseto gigante, no Mushibugyou, algo como uma força-tarefa incumbida na caça de destruição dos insetos gigantes que surgiram no Japão um século antes. Atrelada a essa responsabilidade, há a promessa do nosso protagonista a si mesmo de se tornar o maior samurai do país.
Quando disse que este era um anime do tempo dos animes feitos para garotos, me refiro ao estilo shonen “old school” da série. Para quem desconhece, shonen é um termo cunhado para os mangás, mas absorvido pelas animações japonesas, que indica obras com publico alvo masculino. Em contra partida, temos o shojo, para as mulheres.
Enfim, Mushibujyou resgata esse espírito clássico de batalhas intensas, senso de superação e humor que varia do mais inocente ao erótico, sem apelar para algo muito escandaloso, algo que eu acredito ser pela censura das obras televisivas, visto que nos mangás o erotismo e a violência são declaradamente mais explícitos.
Duas características importantes a se destacar são o ritmo frenético da série, levando a casos extremos onde o espectador praticamente “não respira”, principalmente nas cenas de batalha; e o carisma de Jinbei Tsukishima, onde inocência e coragem se mesclam com uma pitada de comédia dentro dos moldes já citados anteriormente.
Como não só de protagonistas cativantes vive um anime, todos os demais personagens são tomados de uma profundidade tão intensa que faz quem acompanha a aventura se sentir como parte da equipe, mesmo que apresentados através de um conceito que pouco me agrada, no qual eu resumo da seguinte forma: se há um grupo na série, gastaremos quantos episódios forem necessários para apresenta-los, um por episódio. Podemos ver esse conceito, por exemplo, em Digimon, onde a série ao menos conseguiu fazê-lo de um jeito mais lógico; e também em Rayearth, onde isso é levado à exaustão devido à forma como o anime se apresenta.
E como não podia deixar de ser, há o fator exagero no visual das pessoas nessa “realidade alternativa” do Japão na era do Xogunato: como se o fato da terra do sol nascente estar empesteada de insetos gigantes, o visual dos membros do Mushibugyou não poderia ser mais escandaloso, com seus atos “over reacted”, roupas coloridíssimas e cabelos espalhafatosos, mas que no decorrer da série, depois da familiarização parece a coisa mais normal do mundo.
Título original: Mushibugyou
Autor: Hiroshi Fukuda
Direção: Takayuki Hamana
Ano: 2013
Episódios: 25 até o momento